O Blog LUMA entrevistou a pedagoga e professora Vanessa Jacobsen, da Associação de Pais e Amigos do Excepcionais (Apae), sobre a pedagogia infantil e sua importância para o desenvolvimento das crianças. Confira no artigo
Os primeiros anos de vida de uma criança são importantíssimos no desenvolvimento da sua capacidade cognitiva e de sociabilidade. Dessa forma, os aprendizados, as experiências vividas e os estímulos que ela sofre têm um impacto direto no decorrer da sua vida. A pedagogia infantil, portanto, tem um papel significativo nesse período. Essa área é dividida em três fases de desenvolvimento:
- Creche;
- Pré-escola;
- Anos iniciais do ensino fundamental.
De acordo com a pedagoga e professora Vanessa Jacobsen, da Apae de Colatina, município situado no Noroeste do Espírito Santo, por intermédio da escola, a pedagogia tem diversas atuações nos seis primeiros anos de vida de uma criança. Isso porque, é nessa época onde o pequeno será estimulado a desenvolver habilidades e interação com as outras pessoas.
“Sabe-se, por exemplo, que, aos três anos, a criança já tenta comer e se vestir sem ajuda, cooperando em algumas tarefas. Aos quatro, espontaneamente, se socializa. No ano seguinte, assume responsabilidades, auxilia na arrumação da casa ou sala de aula e se torna curiosa pelo mundo à sua volta. Aos seis, toma conta de crianças menores, canta e conta histórias”.
Leia mais: Já ouviu falar em parentalidade positiva? Saiba o que considerar!
O problema, entretanto, é que, em muitos casos, os pais transferem integralmente a responsabilidade da educação dos seus filhos para a escola. Dessa forma, a pedagoga alerta para a importância do aprendizado dentro de casa e explica como a pedagogia pode ajudar no complemento entre os dois ambientes.
“O ensino não se dá apenas na escola, mas também em casa. Para muitos pais, estar presente tem um significado físico: frequentar o espaço da escola, comparecer em reuniões, eventos e outros compromissos. Para outros, a presença na vida escolar dos filhos implica estabelecer relações com os conteúdos das disciplinas que eles estão aprendendo, ajudando nas tarefas de casa, sugerindo programas culturais, filmes, teatros e música. Todas essas formas de agir engendram a presença dos pais na educação”.
O papel da escola na relação pais e educação dos filhos
A escola pode exercer uma função relevante na aproximação dos pais para a educação dos seus filhos. Portanto, é fundamental que a instituição consiga se abrir à comunidade, promover ações que trazem os pais para dentro da escola e do processo de educação do seu pequeno.
Leia mais: A influência do comportamento dos pais na educação dos filhos
Vanessa elenca algumas ações que a escola do seu filho pode fazer para gerar essa proximidade.
- Conselhos de pais
- Formação de grupos de apoio à escola;
- Oferta de cursos de alfabetização;
- Capacitação de grupos de discussão de temas ou de ajuda mútua para os pais.
Quando ocorre essa fluidez entre escola e a participação ativa dos pais, as crianças têm um melhor rendimento em sala de aula e uma redução de possíveis problemas de indisciplina. Além disso, ela sente-se mais acolhida e amada, gerando um ganho em todas as esferas da vida.
“É importante saber que essa relação da presença na educação dos filhos está para além da relação com a escola. É uma relação com o conhecimento, com a ação de ser educado, aprender e conhecer. Os pais que conseguem, mesmo em meio a tantos compromissos, demonstrar a importância do processo educativo para o filho, já estão contribuindo significativamente para o seu desenvolvimento”, explica Vanessa.
O papel da pedagogia infantil no trabalho com alunos com necessidades especiais
As crianças com necessidades especiais trazem outros grandes desafios muito se dá, bem como frisa Vanessa, porque as escolas não estão preparadas para receber esses alunos.
Com a experiência de quem trabalha diretamente com crianças que precisam de cuidados na Apae de Colatina, a pedagoga frisa a importância de as instituições se adequarem às crianças, e não o contrário.
“Trabalhar com alunos especiais não é uma tarefa fácil, as escolas não estão preparadas para receber esses alunos. Entretanto, não é o aluno que tem que se adaptar à escola: a instituição de ensino é que deve ser adaptar ao estudante, trata-se da lógica da educação inclusiva. Nessa perspectiva, novas estratégias devem ser criadas com o objetivo de promover a adaptabilidade da estrutura e das práticas educacionais. Assim, os professores devem criar estratégias para melhorar o desenvolvimento dos alunos. Além disso, elaborar e estruturar atividades de acordo com o nível cognitivo do aluno”, destaca.
Leia mais: Bullying Infantil: como ajudar a criança a lidar com a situação?
Vanessa destaca o quão fundamental é fazer a interação entre os alunos com necessidades especiais com outros que não têm.
“A socialização desses alunos com outros alunos com e sem necessidades especiais, o desenvolvimento cognitivo, interação com o meio, autonomia e independência, preparação do indivíduo para a vida adulta tanto profissional quanto pessoal. Os alunos com necessidades especiais também aprendem, mas com suas limitações, o processo de ensino aprendizagem é gradativo” finaliza.
Leia mais artigos no Blog LUMA.
Discussão sobre estepost