O coronavírus se espalhou pelo mundo e o virou de ponta-cabeça. Mas você sabe quais foram as outras epidemias e pandemias que tiveram impacto semelhante a da Covid-19? Confira!
Antes de tudo, você sabe quais são as diferenças entre surtos, epidemias e pandemias? Então vamos lá: o surto é o aumento inesperado de uma doença em uma região específica. A epidemia acontece quando existe surtos em diversas regiões – pode ser em vários bairros, cidades ou estados. A pandemia, entretanto, é um dos piores cenários possíveis, pois se estende a níveis mundiais, se espalhando por várias regiões do planeta.
Feita essa primeira introdução, eu irei falar das epidemias e pandemias que assolaram o nosso planeta ao longo dos séculos. Além disso, ao longo do texto também tem indicações de filmes que podem ajudar a contextualizar o tema a qual estamos abordando.
Peste Bubônica
É difícil estabelecer quando, de fato, ocorreu o surto da Peste Negra ou Peste Bubônica no continente europeu, entretanto, sabe-se que essa doença dizimou 1/3 da população entre os anos de 1348-50.
O ataque da bactéria yersinia pestia ocorria por meio de pulgas infectadas que se hospedavam geralmente em roedores. Havia uma rápida transmissão aos humanos, já que as cidades eram um foco de propagação de ratos. Dessa maneira, os cidadãos infectados vivenciavam os sintomas da Peste Bubônica.
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O efeito destruidor da doença teve efeitos no Oriente e foi trazida à Europa pelas galeras genovesas, levando a bactéria a toda Itália, França, Inglaterra e Península Ibérica, ao longo do ano de 1348.
A fatalidade sucumbia em poucos dias, podendo ser ocorrida em até 24 horas, sem nenhum remédio disponível para amenizar os sintomas. Uma das grandes complicações da Peste Bubônica era o ataque aos pulmões, que gerava uma série de problemas respiratórios, muitas vezes levando a uma parada pulmonar.
As cidades ficavam cheias de cadáveres, que muitas vezes não eram enterrados com decência, devido ao medo do contágio. Muitas delas, inclusive, eram abandonadas e deixadas à mercê do destino. Os laços familiares e religiosos sofreram deturpação, quando uma parte dos fiéis acreditavam que essa enfermidade era uma punição divina, enquanto outra parte compreendia ser uma doença passageira.
Retorno da doença em outros séculos
Após certo controle, os retornos periódicos da doença ocorreram por todo continente europeu e asiático, tendo sido registrado alguns casos na América. A pandemia tornou-se epidêmica, atacando novamente em 1360-61, 1374-75, 1400, 1412 e 1720.
A memória coletiva sobre a doença preconizou uma sociedade com medo, originando obras, escritos, poesias destinadas ao medo da morte. A doença causou uma ruptura na mentalidade das sociedades posteriores. Além disso, com o passar das décadas, passou a ser um argumento de defesa para médicos a favor de medidas higienistas.
Indicação de filme: O Físico
Inglaterra, século XI. Ainda criança, Rob vê sua mãe morrer em decorrência da Doença do Lado. O garoto cresce sob os cuidados de Bader, o barbeiro local, que promete curar doenças. Ao crescer, Rob acumula todos os conhecimentos de Bader sobre cuidar de pessoas doentes, mas ele sonha em saber mais.
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Após Bader passar por uma operação nos olhos, Rob descobre que na Pérsia há um médico famoso, responsável por administrar um hospital. Para atender com ele, Rob faz uma longa viagem rumo à Ásia. Excelente dica para quem quer imergir um pouco mais no assunto sobre epidemias e pandemias.
Varíola
Sendo uma das maiores pandemias da história, a Varíola foi alastrada ao mundo. Transmitida pelo vírus poxvírus varioalae, a doença surgiu na Índia há mais de 12 mil anos e foi estendida pela Ásia e África, antes mesmo do nascimento de Cristo.
A doença infectocontagiosa levou a óbito 500 milhões de pessoas, possuindo sintomas de uma gripe, com acréscimo de vômitos violentos, bolhas na pele e forte dor muscular.
Durante os séculos XI-XV, a Varíola foi levada pelos árabes para a Península Ibérica, sendo impulsionada pela rede de comércio que se fundamentava no início da urbanização das cidades feudais. Notou-se, portanto, que em cidades grandes e regiões populosas, a doença possuía um caráter endêmico, atingindo, principalmente, crianças com períodos variados de surto.
Para refletir
É indubitável salientar que durante a colonização nas Américas, a doença tornou-se uma arma biológica na tentativa de erradicar a população nativa. Em especial, podemos citar os astecas, que não detinham cuidados para a Varíola e sofreram genocídio. No Brasil, o primeiro caso datado foi em 1563, na Ilha da Itaparica, na Bahia.
Além disso, as lesões na pele deixadas pela Varíola, que demonstravam ser rígidas, circulares e de tamanhos variados, podiam ocasionar cicatrizes visíveis pós-cura – fato que gerou uma série de mitos e lendas a respeito do vírus.
Devido aos avanços da medicina na contemporaneidade, uma vacina foi preparada para a erradicação da Varíola, sendo ampliada para todos os países. Em 1977, foi registrado o último caso de transmissão natural, na Somália.
Gripe Espanhola
Ao longo dos anos de 1918 e 1919 uma nova pandemia assolou o mundo, denominada de Gripe Espanhola. É difícil dizer o local exato que o vírus dessa doença surgiu, entretanto, seu surto foi durante a Primeira Guerra Mundial – período propício para o alastramento da doença entre os continentes.
O nome da doença se popularizou dessa forma por causa da divulgação intensa exercida pela imprensa espanhola, e não por ser o local de origem do vírus.
Historiadores datam que por causa de a Espanha não estar envolvida no conflito das trincheiras não havia medidas de censura aos veículos de comunicação. Sendo assim, eles se tornaram os principal meio de informação na época.
De acordo com algumas teorias, os vírus teria ser originado nos Estados Unidos, nos campos dos militares do interior do país e só chegou na Europa com a entrada do país na guerra.
A causa do vírus ocorreu devido a uma mutação aleatória do vírus da gripe, o H1N1, em que o contágio ocorre pela transmissão do contato, tosse, ar e problemas de higiene sanitária. Os doentes apresentavam dor no corpo, coriza, febre alta, tosse e, em alguns casos, enfrentavam graves problemas respiratórios, digestivos e cardiovasculares.
Pela falta de cuidado, devido a grande atenção à guerra, um cenário catastrófico veio à tona tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Estima-se que no primeiro ano da pandemia ela tenha levado a óbito mais de 50 milhões de pessoas e que um 1/3 da população foi infectada.
Chegada ao Brasil
No Brasil, acredita-se que o vírus tenha chegado na segunda leva da doença, por meio de um navio inglês. A doença, que se espalhou por todo o país, afetou, principalmente, os grandes centros urbanos, e era tratada com medicamentos apenas para o alívio da dor, já que ainda não existia vacina.
Para impedir um alastramento ainda maior do vírus, foi ordenado uma série de medidas de intervenção, como o fechamento de fábricas, escolas, locais públicos etc.
Não apenas no Brasil, mas no mundo todo, foi possível averiguar cenas de cadáveres em suas próprias casas, com forte odor. A gripe trouxe à tona, novamente, a importância da higiene pessoal.
H1N1
A primeira pandemia do século XXI, a H1N1, foi uma doença que circulou o mundo entre os anos de 2009 e 2010. Ela foi causada pelo mesmo vírus da Gripe Espanhola – a maior pandemia global, até a chegada da Covid-19. A Gripe Suína, como ficou conhecida, provocou duas mil mortes no Brasil.
Em 2018, foi responsável por 65% das mores sobre influenza no país. Com os mesmos sintomas de uma gripe comum, os infectados sentem mal-estar, febre alta, dor de cabeça, tosse e espirro. O que a diferencia do vírus comum é a intensidade.
A H1N1 sofre frequentes mutações. Dessa forma, precisamos tomar vacinas todos os anos, já que ela condiz com as variedades do vírus que estão circulando naquele ano. E assim como as outras doenças já listadas, o vírus é passado pelo contato. São as gotículas de saliva ou secreções dos infectados que ocasionam novos casos.
Estudos apontam que a origem do vírus se deu por volta do século XVI – um momento no qual o mundo estava há quatro décadas sem enfrentar uma pandemia. Em 2009, o México foi um dos primeiros países a enfrentar um número alto de pessoas infectadas, seguido dos Estados Unidos.
Indicação de filme: Contágio
Quando o assunto sobre epidemias e pandemias vem à tona, Contágio é a obra que vem à cabeça instantaneamente. Logo após voltar de uma viagem de negócios em Hong Kong, Beth Emhoff (Gwyneth Paltrow) morre de uma misteriosa gripe. Imediatamente, essa infecção mortal começa a se espalhar pelos Estados Unidos.
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Enquanto médicos e cientistas dos centros de controle de doenças americano tentam identificar o tipo de vírus e encontrar um meio de combatê-lo, um processo que provavelmente levará vários meses, a doença se transforma em uma pandemia que atinge milhões de pessoas, instaurando o pânico por todo o mundo.
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