Estados Unidos, Inglaterra e Portugal são alguns dos países que o ensino domiciliar vem ganhando mais espaço nos dias atuais. Esse modelo de aprendizagem foca no deslocamento dos professores às casas dos alunos
A educação é um setor que não vinha sofrendo alterações significativas com o passar dos anos. A princípio, essa inércia esteve presente tanto no conteúdo que era ensinado aos alunos quanto na forma como a qual ele era lecionado. Entretanto, o ensino domiciliar é uma metodologia que está entrando em voga, principalmente em países desenvolvidos.
O modelo de ensino presente ainda é o mesmo criado na época industrial: os alunos ficam enfileirados em salas de aulas, igualmente uniformizados e sentados, aguardando informações de um único supervisor, o professor, que é a autoridade responsável por controlar a turma toda.
Até há pouco tempo, o modelo para formar adultos preparados para a indústria era ótimo. No entanto, estamos na era da informação, onde pessoas criativas, proativas e dinâmicas se destacam de forma acentuada no atual mercado.
Crescimento do ensino domiciliar
Dessa forma, um modelo que tem ganhado cada vez mais destaque e adeptos, principalmente em países desenvolvidos, como os Estados Unidos e a Inglaterra, é o de ensino domiciliar. Esse modelo é realizado por meio de aulas particulares para os alunos, que recebem os professores em casa, ao invés de frequentar a escola todos os dias.
Exemplificando, nos Estados Unidos, o número de crianças e jovens que estudam sob regime de ensino domiciliar, em 2012, passou a ser de 1,77 milhão. Um crescimento de 62% se compararmos com o ano de 2003. O aumento tem se dado, principalmente, por causa dos efeitos e dos benefícios que a prática traz aos alunos.
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Isso, se levarmos em conta apenas os estudantes que têm seus estudos integralmente em casa. Porém ainda existem os alunos que estudam em escolar regulares, mas usam de aulas particulares para complementar os seus estudos como uma forma de reforço escolar e de potencializar o seu aprendizado.
Bem como nos Estados Unidos e Inglaterra, essa tendência também tem se replicado em Portugal. Os pais buscam um ensino de maior aproveitamento, um acompanhamento diário do desenvolvimento do filho e, também, uma maior qualidade do ensino. A prova disso é que, de 2010 a 2014, o número de pessoas em idade escolar que tem aulas em casa quadruplicou no país europeu.
Principais motivos para adotar esse novo método
Entre os motivos pelos quais os pais estão optando por contratar um serviço de acompanhamento estudantil estão:
- Oferta de um ambiente mais criativo de aprendizado;
- Insatisfação com o modelo das escolas tradicionais;
- Facilidade para o aluno sanar as suas dúvidas diretamente com o professor;
- Segurança do ambiente familiar.
Existem, também, alguns casos na qual o aprendizado por meio de aulas particulares se faz necessário por causa das dificuldades cognitivas e de concentração do aluno.
No Brasil ainda não é permitido por lei que se estude em casa – embora seja praticado por uma série de famílias. Entretanto, vale observar que a tendência está cada vez mais presente e, consequentemente, deve desembarcar em território brasileiro.
As vantagens das aulas particulares
Durante o ano letivo, um aluno de uma escola regular estuda diversas disciplinas simultaneamente. De acordo com a Teoria das Inteligências Múltiplas, do psicólogo Howard Gardner, os seres humanos apresentam facilidade natural em desenvolver determinadas atividades ao mesmo tempo que demonstram dificuldades em outras. Esse cenário deixa alunos de uma mesma sala de aula totalmente desnivelados. As aulas particulares são uma boa alternativa para solucionar esse problema.
Tendo em vista que existem diferentes perfis de alunos, e que ambos tendem a ter diferentes dificuldades, esbarramos em uma gigante barreira existente nas escolas tradicionais: todos os alunos são ensinados da mesma forma.
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Portanto, no atual modelo, independentemente de um aluno apresentar mais facilidade em aprender matemática do que história ou geografia, as aulas são apresentadas da mesma forma, com a mesma duração e frequência. Esse é o principal motivo a qual alunos da mesma sala e que estudam com o mesmo professor estão totalmente desnivelados.
A reprovação
Atualmente, a consequência direta desse desnivelamento citado é a indesejada reprovação. Algumas escolas, com o intuito de reduzir o número de reprovados, possuem programas de recuperação que permitem a alunos que reprovaram em uma determinada disciplina serem aprovados. E, dessa forma, repetirem apenas a disciplina reprovada.
No entanto, no ensino fundamental, um a cada dez alunos reprova; já no ensino médio, onde o número de disciplinas é maior, dois em cada dez alunos reprovam.
Como resolver esse problema?
Recentemente, existem diversos recursos para solucionar o desnivelamento que um aluno tem em determinada disciplina. Alguns exemplos são:
- Ensino integral;
- Reforço da própria escola;
- Aulas particulares;
- Escolas de reforço (Kumon e Educa Mais).
Reforços escolares em turmas geralmente utilizam da mesma metodologia já utilizada nas escolas. Entretanto, o que de fato diferencia o resultado entre um estudante que faz algum tipo de reforço em turma e um que não faz são os seguintes pontos: tempo de estudo e velocidade em que a matéria é apresentada.
Mesmo que a disciplina apresentada em um reforço escolar seja da mesma maneira na qual é apresentada na escola, é natural que o aluno tenha uma absorção maior da matéria. Afinal, ele está tendo um tempo de contato maior com o conteúdo em um turno extraclasse.
Mas geralmente em uma escola de reforço a disciplina é apresentada de forma mais lenta e repetitiva. Desse modo, fica mais fácil de entender os conceitos apresentados.
Característica das aulas particulares
Agora, imagina o cenário em que, ao invés do seu filho entrar em uma escola de reforço, você resolva contratar aulas particulares? Esse profissional vai trabalhar as disciplinas que ele apresenta alguma dificuldade.
As boas aulas particulares trazem alguns benefícios que uma escola de reforço por si só não consegue. Sendo os principais objetivos: atenção, dinamismo e produtividade.
Atenção
Um bom professor particular tem a habilidade de se conectar com o seu aluno. Capacidade essa de analisar o comportamento, ler a mente e antecipar eventuais dúvidas. Nas aulas particulares, o professor consegue, por meio do comportamento do aluno, avaliar se ele, de fato, entendeu ou não o que foi explicado.
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Caso o aluno tente disfarçar uma dúvida por vergonha ou falta de interesse, o professor particular estará antenado nesse tipo de comportamento. Ademais, ele dispõe de toda a atenção necessária para que o aluno tenha um entendimento consolidado do conteúdo apresentado.
Dinamismo
Outro benefício de um ensino individualizado é o dinamismo que há nele. Diferentemente de uma aula em grupo, onde o professor trabalha com uma abordagem expositiva da matéria, as aulas particulares conseguem trabalhar de forma mais dinâmica e fazer com que o aluno também tenha o papel de protagonista. Isso é ótimo, pois evita possíveis distrações e, ao mesmo tempo, elimina a ideia de “aula chata”.
Produtividade
Esse é um dos aspectos mais importantes. A produtividade está totalmente ligada a personalização que as aulas particulares podem oferecer. Toda vez que um aluno estuda uma determinada disciplina, parte é absorvida, a outra parte, não. No entanto, o interessante é que em uma aula individual podemos reforçar somente a parte que o aluno assimilou. Sendo assim, o aluno não perde tempo ouvindo algo que já entendeu e pode focar o seu tempo para entender o que ainda não compreendeu.
Importância do tutor
Existem alguns problemas nesse método. Todos os benefícios citados são dependentes das aulas particulares serem realizadas por um bom professor. Mas por maior que seja a facilidade em encontrar profissionais altamente capacitados, isso pode não ser o suficiente.
Não importa o quão sábio seja o professor nos aspectos técnicos de uma determinada disciplina, porque se ele não tem capacidade de criar conexão com o aluno e transmitir o seu conhecimento nada adianta.
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