O artigo traz um relato sobre o filme Divertida-mente e como ele aborda as questões relacionadas a emoção
O homo sapiens não vem ao mundo humanizado. É por intermédio do meio que ele é feito humano, ao ser apresentado à linguagem e ao mundo em geral. Sei que pode parecer estranho ler isso, principalmente como nos supomos tão evoluídos enquanto civilização e em relação a competências socioemocionais.
Mas pense bem: um filho de equinos já nasce conseguindo em poucos minutos ficar de pé; nós, seres humanos, quanto tempo demoramos para conseguir a mesma coisa? Conseguiríamos ficar sobre os pés, como entendemos, sem o auxílio de um outro? E a falar? A comunicação, que para nós parece ser algo muito banal, é uma evidência incontestável da nossa diferenciação dos outros animais do globo, embora algo muito complexo e difícil.
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Em linhas gerais, o ser humano passa a vida tentando se comunicar, lidar com sentimentos que vão muito além de instintos, com fome e dor (como nos animais). Esse misto de sensações e emoções, portanto, é vital para a nossa existência e é fundamental nos apropriarmos o quanto pudermos desses sentimentos. Mas como isso é possível? Se conhecendo. E conhecendo a importância de cada um deles.
Divertida-mente
O filme Divertida-mente, lançado em 2015, e, a princípio, voltado para o público infantil, deixa uma importante lição a todos: cada sentimento tem seu lugar e importância.
A história traz as percepções de Riley, uma menina de 11 anos que precisa mudar de cidade e escola. O espectador pode entrar na mente da protagonista e acompanhar o conflito das emoções básicas: alegria, medo, raiva, tristeza e nojo.
Tudo começa quando, após uma discussão, a Alegria desmerece a importância da Tristeza por acreditar que ela fazia mal a hospedeira Riley. Diante disso, a Tristeza sai de cena, e a Alegria, culpada, também à procura da Tristeza. Mas durante a trajetória de retorno ao “centro de comando” da mente de Riley, a Alegria vai percebendo o quanto a Tristeza tem lugar, e que em certos momentos é a capacidade de ficar triste e elaborar o que está acontecendo que auxilia a pessoa a se erguer.
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Em um tempo onde a felicidade e a satisfação são cada vez mais propagandeadas, momentos para vivenciar a tristeza e a angústia são cada vez mais evitados, inclusive por medicamentos, visto o aumento do consumo de antidepressivos e ansiolíticos, muitas vezes sem prescrição médica.
Competências socioemocionais na quarentena
Em tempos de isolamento ou distanciamento social, nada mais natural do que momentos de angústia ou tristeza, certo? Estranho seria se eles não existissem. Então por que tantas pessoas se culpam por eles? pelos momentos onde não são tão produtivos quanto gostariam?
O conhecimento de si, dos seus limites, tanto físicos quanto emocionais, é fundamental para que a saúde mental esteja em dia. E isso, infelizmente, não se aprende na escola. Esse aprendizado vem à medida que você olha para si, saindo daquele modo automático de viver a vida.
Às vezes, diante de determinada situação, você pode tentar parar, respirar e se perguntar o que está sentindo. Será que medo e tristeza são a mesma coisa? Ou ainda são emoções a serem necessariamente evitadas? Um fato curioso é que ao final do filme, quando a personagem entra na adolescência, o “painel de controle” de emoções em sua mente fica mais complexo, tal como em nossas vidas. Diante de tanta complexidade, e tantas emoções a serem experimentadas, por que se negá-las?
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Dessa forma, que tal aproveitar esse período para assistir a esse inteligente filme, para toda a família, e buscar enxergar nele a importância da Tristeza para aquela história, e como foi difícil para Riley lidar com todas aquelas mudanças sem que se permitisse chorar.
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